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Nova Política Industrial beneficia as máquinas agrícolas: o que o setor espera?

A recente proposta da nova política industrial, liderada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e apresentada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), trouxe otimismo aos bastidores do segmento de máquinas agrícolas. Com um investimento projetado de R$ 20 bilhões para a mecanização da agricultura familiar, o setor agora está focado em entender como garantir a demanda às montadoras, qual a capacidade fabril no mercado interno e as condições de financiamento de novas máquinas para agricultores de pequeno porte.

Dentre as metas estabelecidas pelo programa Nova Indústria, o governo visa alcançar que até 2033, 70% dos estabelecimentos de agricultura familiar estejam mecanizados, com 95% do maquinário de origem nacional. Essas metas ambiciosas são viáveis, segundo Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), ligada à Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Estevão destaca a importância do diálogo entre o setor privado e o governo para entender a demanda e desenvolver as soluções adequadas. Ele menciona que está em contato constante com o Ministério do Desenvolvimento Agrário para assinar um termo de cooperação técnica visando à mecanização da agricultura familiar, que muitas vezes requer máquinas diferentes daquelas já disponíveis no mercado.

Quando a demanda pelas novas máquinas estiver oficializada, o setor pretende estar pronto para iniciar a fabricação. Alexandre Bernardes, diretor de Relações Institucionais da CNH Industrial, ressalta a importância dos regulamentos e da colaboração entre governo e indústria para fazer o plano Nova Indústria avançar. Ele destaca a necessidade de juros mais baixos, incentivos e segurança fiscal para encorajar tanto agricultores quanto a indústria a investir em maquinário e ferramentas adaptadas à agricultura familiar.

Além disso, há uma preocupação com a competitividade nacional. Pedro Estevão enfatiza que o Brasil possui tecnologia comparável à de outros países, adaptada às necessidades da agricultura tropical. Para ele, é crucial garantir que os investimentos gerem empregos e renda internamente, ao invés de subsidiar a criação de empregos em outros países.

Uma das áreas de foco da nova política industrial é o Nordeste brasileiro, onde uma parte significativa dos esforços de mecanização será direcionada. Pedro Estevão destaca que milhões de propriedades rurais estão cadastradas no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), mas apenas uma pequena parcela delas tem condições de investir em mecanização. Ele ressalta o potencial transformador que o aumento da mecanização pode ter para a agricultura familiar e para a economia da região.

Luis Ronaldo Soares

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